quinta-feira, 21 de abril de 2016

A LEITURA NA VIDA DE SEU FILHO.



             Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).
            A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.
            Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece exagero, mas não é. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.
            Segundo o Ministério da Educação (MEC) e outros órgãos ligados à Educação, a leitura:

- Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo;

- Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos;

- Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação;

- Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos;

- Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias
;

- Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem;

- Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida;

- Facilita a escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.


            Esses são os benefícios diretos que seu filho terá ao se tornar um leitor. Mas não se esqueça que, acompanhando esses benefícios diretos, estarão presentes, também, os benefícios indiretos, tais como, a formação de um cidadão consciente e participativo, o desenvolvimento de seu país, das bibliotecas, do mercado editorial, da qualidade da escola, dentre tantos outros. Instituições Financeiras e empresas, como o Itaú, que tem um programa de incentivo a leitura infantil, inclusive distribuindo livros gratuitamente, já descobriram a importância da leitura para os pequeninos.
            As pesquisas mostram que quem começa a ler cedo tem mais chances de se tornar um leitor assíduo. Mostram também que o contato com narrativas melhora o futuro desempenho da criança. Por isso, leia - ou conte as histórias que você conhece - para seu filho desde bebê. É importante usar a entonação e a emoção!
            Pequenos passos, como deixar os livros ao alcance das mãos deles, visitar livrarias e bibliotecas infantis, deixando-os conhecer esse universo e ler pelo menos 20 minutos por dia, fazem toda a diferença. Vamos a algumas dicas práticas para auxiliá-lo nesse prazeroso e lucrativo trabalho:

- Dê o exemplo e leia você também. É bom para você e excelente para seu filho, que seguirá seu modelo naturalmente;

- Deixe os livros à mão para ele folhear e inventar histórias. Livros têm de ser vividos, usados, não podem parecer objetos sagrados;
 
- Reserve um horário para a leitura e transforme em um momento de prazer. Aconchegue-se com seu filho, leia para ele, mostrando as palavras. Quando ele crescer no desenvolvimento de sua alfabetização, ajude-o na leitura;

- Frequente livrarias e bibliotecas. Dê livros, principalmente gibis – essa mídia é a mais indicada para os pequeninos - ou revistas de presente;

- Comente sempre o livro com ele. Incentive-o a falar da história e contá-la para outras pessoas;
 
- Empreste livros para os amiguinhos dele. Estimule a troca e as conversas;
 
- Estimule atividades que usem a leitura - jogos, receitas, mapas. Livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade são garantia de diversão. Para conquistar os pequenos leitores, é preciso recomendar livros pelos quais eles se interessem. Tomando o cuidado, claro, de escolher obras que proponham algum tipo de reflexão e que sejam bem escritas.
 
- Cuidado para não forçar a barra - nunca obrigue a leitura nem indique obras impróprias para a sua faixa etária. "Se começarmos exigindo que eles leiam livros mais sérios e pesados, podemos perder o leitor", lembra a professora Ana Elvira Casadei Iorio, professora do Colégio São Luís, de São Paulo (SP). Lendo, você ri e se emociona, mostra à criança seu lado humano e capta os sentimentos dela. Quem não se lembra da cena do filme "ET - O Extraterrestre" em que a mãe lê "Peter Pan", clássico de James M. Barrie, para a pequena Drew Barrymore: "Se você acredita em fadas, bata palmas!". E as duas batem palmas animadamente. Só Spielberg para mostrar tão bem esse momento de intimidade e alegria em família.
             Nos Estados Unidos, são muitas as campanhas pró-leitura. Uma delas, da Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation, www.readingfoundation.org), que reúne instituições voltadas à disseminação da leitura, tem um slogan que diz muito em poucas palavras: "Leia com uma criança. São os 20 minutos mais importantes de seu dia". Ou seja, não é preciso ler por muito tempo, mas é importante inserir a leitura na rotina da criança e da família.
            Compartilhar uma história já é uma forma de leitura. "O fato de a criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura", explica Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP). Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro, ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção. "Neste momento, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que envolve o momento", reforça Clélia Cortez.
            Muitos dos livros para crianças em fase de pré-alfabetização são verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o que estimula o gosto pelos livros. "Desde pequenas, as crianças devem se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um desafio interessante e prazeroso", completa Clélia Cortez.
            É importante atentar para a adequação entre a idade da criança e a faixa etária indicada no próprio livro. Indicações de parentes, amigos e principalmente, educadores, ajudam - e muito. É válido considerar também os temas que interessam mais aos pequenos leitores. Outro aspecto fundamental é apresentar às crianças narrativas simples, porém ricas - afinal os textos precisam ter vocabulário acessível, mas não podem subestimar o pequeno leitor. "Embora possa ser menor, a narrativa tem uma riqueza na construção da linguagem, até porque as crianças dessa idade estão em processo de construção da oralidade e precisam ter boas referências. A linguagem está relacionada com o pensamento, por isso a importância de oferecer ricas narrativas", diz Clélia Cortez.
            Para os mais velhos, vale a pluralidade de gêneros literários e finalidades - livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais eles se identifiquem. O principal é, de novo, que tragam boas referências. "É nessa fase que os alunos estão começando a produzir seus próprios textos", diz a Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP).
             Sim, a leitura ajuda a aumentar o vocabulário, pois familiariza a criança com a palavra escrita e, de quebra, ajuda a fixar a grafia correta das palavras e a construção harmônica das frases.
            Textos com estrutura de repetição costumam ser muito apreciados pelas crianças. São fáceis de memorizar e ainda possibilitam a identificação das palavras repetidas, o que é importante para a alfabetização. "Ao acompanhar a leitura das palavras de um livro, a criança, mesmo que ainda não seja alfabetizada, vai sendo introduzida no mundo das letras", afirma Célia Cortez.
            Em tese, toda leitura é bem-vinda. Ter contato com obras de diferentes estilos é fundamental. "Livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais as crianças se identifiquem", afirma Lara Pecora Polazzo. Por isso, não há problemas em ler com interesse - compulsão, até - best-sellers como Crepúsculo ou Harry Potter. Mas os pais têm obrigação de intermediar o contato do filho com outras experiências literárias. "A orientação de um leitor mais experiente é muito importante", diz Neusa Sallai, professora do Colégio Rio Branco, de São Paulo (SP).
            Sim, pois o hábito da leitura é contagiante. Se os pais, volta e meia, ficam quietinhos, mergulhados num bom livro, a criança com certeza receberá a mensagem: ler é gostoso. Por isso, dê o bom exemplo. A pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", publicada pelo Instituto Pró-Livro, em 2009, indica que, 55% dos entrevistados que não leem nunca viram os pais lendo e 86% nunca foram presenteados com livros na infância. Precisamos mudar isso!
            Quer que seu filho leia mais? Então faça o mesmo e comece a substituir alguns momentos em frente à TV pela leitura.
            Sempre que estiver lendo um jornal, chame seu filho para ver algo interessante que você encontrou. Pode ser uma tirinha engraçada, uma imagem ou uma notícia do interesse dele.
            Não sabe que programas fazer com as crianças? Frequente livrarias. Deixe seus filhos folhearem os livros, leia histórias para eles e, quando possível, leve algum para casa. E, mesmo que você possa, não compre muitos num só dia. Procure manter o hábito de voltar lá outras vezes e levar um por vez.
            Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, que tem um dos melhores sistemas de ensino do mundo, a média chega a cinco livros anuais. Que tal acompanhar o ritmo dos ingleses ou, até mesmo, superá-lo?
            Para quem não compra livros porque são caros, é hora de abandonar a desculpa: a maioria dos brasileiros não precisa, necessariamente, gastar aos montes nas livrarias. Segundo dados do IBGE, 85% dos nossos municípios possuem bibliotecas públicas, e bem equipadas, muitas delas voltadas exclusivamente para determinado tema ou publico. Um exemplo claro disso é a Biblioteca Publica Viriato Correa, na Vila Mariana, que é voltada basicamente para a Literatura Fantástica! Se quiser conhecer algumas dessas bibliotecas, acesse o site da Prefeitura Municipal de São Paulo, no link abaixo. 


 
            Acostume-se a frequentá-las, com o seu filho, e mostre quanta coisa interessante ele pode descobrir com os livros.

Fontes: educarparacrecer.abril.com.br
             www.prefeitura.sp.gov.br

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