sábado, 27 de agosto de 2016

O MERCADO EDITORIAL E SUAS VARIANTES



            Este é um mercado muito novo. O e-book surgiu em 1971, quando Michael Hart liderou o projeto Gutemberg. A ideia era que os livros digitais fossem totalmente gratuitos, permitindo que a literatura fosse mais acessível. Mas o primeiro livro digital somente foi publicado 22 anos depois, em 1993. Daí em diante, o mercado de e-books começou a se desenvolver, tendo, em 2012, respondido por cerca de um quinto (20%) das vendas de livros nos Estados Unidos. As informações são da Association of American Publishers (AAP) e Book Industry Study Group (BISG). De acordo com os números, publicados pelo Mashable, a venda de e-books gerou 3 bilhões de dólares, um aumento de 44,2% em relação a 2011. Os dados incluem vendas de títulos ficção e não-ficção para adultos, jovens e crianças, mas não levam em conta obras de educação universitária/profissional.

           No Brasil esse mercado ainda é muito tímido, mas, em um futuro próximo, espera-se que haverá mudanças significativas. Acredita-se que ler um e-book será muito mais acessível para os brasileiros e o que contribui para isso é a crescente ascensão das máquinas (Readers, Tablet, Smartphones, etc) e a expansão da internet.

          O Brasil chegou a 168 milhões de smartphones em uso, um crescimento de 9% em relação a 2015, quando a base instalada era de 152 milhões de celulares inteligentes. Os dados são da 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e divulgada em 13/04/2016.

          De acordo com o estudo, a expectativa é de que, nos próximos dois anos, o País tenha 236 milhões de aparelhos desse tipo nas mãos dos consumidores, em um crescimento de 40% em relação ao momento atual.

          No entanto, segundo dados da consultoria IDC, houve queda de 13,4% no número de smartphones vendidos no Brasil em 2015. Ao todo, foram pouco mais de 47 milhões de aparelhos, contra 54,5 milhões de unidades em 2014.



Computadores.




         Atualmente, de acordo com a pesquisa, o Brasil tem também 160 milhões de computadores (entre notebooks, tablets e desktops) em funcionamento, em um crescimento de 7% na base instalada com relação ao levantamento de 2015. Até o final do ano serão 166 milhões de computadores em uso – o número inclui 30 milhões de tablets.

          Caso a previsão se confirme, no final do ano o País teria quatro computadores para cada cinco habitantes. Sem a contagem dos tablets, são dois dispositivos para cada três brasileiros. Os dados mantêm o Brasil à frente da média mundial de 78 dispositivos para cada cem habitantes. No mundo, são 60 computadores para cada cem habitantes, enquanto nos Estados Unidos a proporção é consideravelmente mais alta: 144 aparelhos para cada cem pessoas.

           Segundo dados da consultoria IDC, houve queda nas vendas de tablets pela primeira vez no País em 2015: no ano passado, as fabricantes venderam pouco mais de 5,8 milhões de unidades, recuo de 38% na comparação com 2014. No entanto, a previsão da FGV-SP é otimista, com comercialização de 15,2 milhões de unidades

           Se essas informações ajudam a entender como estão atualmente os mercados que impulsionam os negócios de livros digitais, conhecer quem são e o que pensam os leitores de e-books ajudará ainda mais. Vejamos:



O Leitor Brasileiro




           O levantamento mais recente sobre o comportamento do leitor brasileiro, promovido pelo Instituto Pró-Livro e realizado pelo Ibope Inteligência, é a 4ª edição de “Retratos da Leitura no Brasil”.

           O estudo do Ibope considera “leitor” aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos três meses antecedentes à pesquisa e “não-leitor” aquele que não leu nenhum livro nesses mesmos três meses, independentemente de  que tenha lido algum nos doze meses anteriores.

          A pesquisa um aumento no número de leitores no Brasil. Divulgada na quarta-feira (18/-5/16)), em São Paulo, estima-se que 104,7 milhões de brasileiros (ou 56% da população acima dos 5 anos de idade) leram pelo menos partes de um livro nos últimos três meses. Em 2011, quando foi realizada a última edição da pesquisa, esse índice era de 50%. A pesquisa revela ainda que houve aumento nos índices de leitura per capita. Se em 2011, um brasileiro lia quatro livros por ano, em 2015, o índice chegou a 4,96. Os aumentos – tanto da população leitora quanto dos índices de leitura – foram sentidos nas regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e Norte. No Nordeste, a população leitora se manteve estável (51% de leitores) e os índices de leitura per capita caíram de 4,3 livros por ano em 2011 para 3,93 em 2015.

O Livro Digital

         A pesquisa de 2011 detectou que 81 milhões de brasileiros tinham acesso à internet. Em 2015, esse número subiu para 127 milhões. Sobre as atividades relacionadas à leitura que realizam na internet, os itens mais indicados são: leitura de notícias e informações em geral (52%); estudo e pesquisas para a realização de trabalhos escolares (35%) e aprofundamento no conhecimento a respeito de temas de interesse pessoal (32%). A leitura de livros fica em sexto lugar, com 15%.

           Atualmente, a faixa etária dos entrevistados que mais acessam a internet para leitura de livros é a de 18 a 24 anos. A maioria dos leitores de livros digitais é do gênero masculino (53%) e está nas classes B (43%) e C (42%). Na distribuição geográfica, 48% dos leitores digitais estão no Sudeste, 23% no Nordeste, 12% no Sul, 10% no Centro-Oeste e 7% no Norte. O dispositivo mais usado na leitura de livros digitais é o celular ou smartphone (56%), seguido por computadores (49%) e tablets (18). Dispositivos dedicados à leitura, os e-readers, ficaram na lanterninha, com 4% de participação.

          A pesquisa perguntou ainda se as pessoas já ouviram falar em livros digitais. Quarenta e um por cento dos entrevistados responderam sim. Desse universo apenas 26% declararam já ter lido um e-book. Dentre os que declararam já ter lido um e-book, 88% disseram que o baixaram gratuitamente. Apenas 15% declararam ter pago pelo livro digital.



Influenciadores de leitura e de compra




     A pesquisa mostra que 33% dos respondentes declararam que tiveram influência de alguém para começar a ler. A figura materna – mãe ou responsável do gênero feminino – é a maior influenciadora nesse quesito. Professores e professoras representam 7% e a figura paterna, 4%.

      Quando questionados “qual destes fatores mais o influencia na hora de escolher um livro para comprar?”, 55% dos respondentes disseram que o tema ou o assunto é determinante na escolha. Chama a atenção a parcela da população que compra um livro a partir de recomendação de sites especializados, blogs ou redes sociais. Apenas 3% dos respondentes optaram por essa opção, colocando em xeque a figura de blogueiros como grandes divulgadores de livros.


Fontes: Sebrae, Instituto Pro-Livro, Publisnews