Por: James Andrade
Ter uma ideia mirabolante para um
livro, escrevê-la e a encaminhar a uma editora para publicação não é certeza de
nada. Muitos autores, e não são poucos, acreditam, do fundo de seus corações,
de que sua história é a melhor do mundo, e que entende o que os leitores
desejam. Graaaande engano. E não se iluda; isso serve para editores também. O original
de Harry Potter foi recusado por um
renomado editor, dizendo que aquilo não venderia nada, e agora, certamente está
chorando em sua sala. Esta soberba é uns dos maiores erros cometidos por muitos
profissionais do livro, e precisa ser reduzida a um nível que não se torno um
erro. E como fazer isso? Simples. Existem dois tipos de pessoas que podem
auxiliá-lo nessa difícil tarefa. Estamos falando do LEITOR BETA e do LEITOR
CRITICO.
Mas que raios é isso, vocês podem
perguntar.
Bem, o Leitor Beta é, geralmente, um
amigo, conhecido ou parente, que gosta muito de ler, e você entrega seu
original para ele dar uma lida e dizer o que achou. Traduzindo, é um test drive com leitor, uma pesquisa
previa da reação do leitor ao seu produto. Já o LEITOR CRITICO é um
profissional capacitado, que após ler sua obra, emitirá um relatório, apontando
seus pontos fortes e fracos, sugerindo correções, pesquisas e analisando todas
as características de sua narrativa, tais como personagens, cenários, trama, continuidade,
publico alvo, e tudo mais que for importante. E é justamente deste profissional
que trataremos nesta matéria.
Ter seu projeto ou trabalho avaliado
por outras pessoas, principalmente profissionais, ajuda a detectar problemas e
a corrigi-los, aperfeiçoando seu produto. Não se iluda. Todo produto pode
sempre ser melhorado, e o livro não é diferente. Se você revisá-lo 50 vezes, 50
vezes irá realizar correções.
A Leitura crítica, ou avaliação
crítica, é uma prática que deveria ser levada em conta por todos os
profissionais e artistas, que buscam melhores resultados e uma melhor
visibilidade para o seu trabalho. Afinal, num mundo competitivo como nosso, a
qualidade é um dos itens que ajuda a fazer a diferença.
Na maioria das vezes em que
trabalhamos em um projeto ou uma obra, nós colocamos todos os nossos
pensamentos, a nossa criatividade e os nossos sentimentos em cima daquilo que,
depois de um tempo, acabamos meio que hipnotizados e, podemos até saber aonde
queremos chegar, mas ficamos presos à subjetividade da proposta. Isto é, o
projeto mostra o nosso ponto de vista, que pode não ser exatamente o mesmo
daqueles para quem iremos apresentá-lo, como já disse no inicio do texto.
Mesmo que você não seja uma pessoa
soberba, que aceite auxílio e feedbacks
sobre seu trabalho, e que faça os acertos que julgar necessários e coerentes,
certamente julgando estar tudo certo, seja no conteúdo, na forma, na estética,
no direcionamento que colocou no projeto, personagens, cenários, etc. o trabalho
não está terminado. Justamente por termos colocado tudo de nós naquele
trabalho, acabamos por perder a objetividade dele. Isto é, o que para nós é
óbvio, para outras pessoas, pode parecer confuso ou, pior ainda,
incompreensível. Em outras palavras, podemos perder cliente, no nosso caso
leitores. Da mesma forma que a revisão é extremamente importante, para corrigir
eventuais falhas e erros, que passaram despercebidos, pelos mesmos motivos
citados acima, e por estamos tão habituados de ver e rever o conteúdo da
narrativa, os deslizes se tornam “secundários” na nossa mente, outros conceitos
podem também estar “viciados”.
Então, qual a melhor solução para
isso?
A melhor opção é contratar uma LEITURA
CRITICA para avaliar o resultado de seu trabalho. Com certeza o profissional
terá mais recursos técnicos, ferramentas e conhecimento para lhe fornecer com
relatório completo de seus vícios, erros e acertos, preservando a qualidade de
seu produto e evitando resultados futuros desastrosos junto aos leitores. Mas
esse trabalho não é barato. Atualmente o valor médio cobrado por tais
profissionais gira em torno de R$ 4,00 por lauda (conjunto de 1600 toques com
espaço).
Você poderá, se a verba estiver curta,
optar pelo LEITOR BETA, que normalmente não lhe cobrará nada, mas lembre-se de
que ele não é um profissional da área e sim, geralmente, um leitor contumaz,
que irá lhe passar uma ideia do que seus futuros leitores “sentirão”, não se
atendo ao aspecto técnico. Isso pode ser agravado se você não souber escolher
tal LEITOR BETA, pois amigos e parentes geralmente tendem a passar uma analise
mais “encorajadora”, dando ênfase às qualidades do texto e minimizando, ou
excluindo, as falhas, sendo esta ultima a mais importante para o autor que quer
melhorar o original.
Reflita sobre o assunto e aventure-se
na busca de sua qualidade profissional, levando aos seus leitores textos que os
façam se multiplicarem. Lembre-se, um mau escritor pode enganar alguns leitores,
mas não muitos leitores, principalmente porque as más notícias correm rápido.
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