Este é um mercado muito novo. O
e-book surgiu em 1971, quando Michael Hart liderou o projeto Gutemberg. A ideia
era que os livros digitais fossem totalmente gratuitos, permitindo que a
literatura fosse mais acessível. Mas o primeiro livro digital somente foi
publicado 22 anos depois, em 1993. Daí em diante, o mercado de e-books começou
a se desenvolver, tendo, em 2012, respondido por cerca de um quinto (20%) das
vendas de livros nos Estados Unidos. As informações são da Association of American Publishers (AAP) e Book
Industry Study Group (BISG). De acordo com os números, publicados
pelo Mashable, a venda de e-books gerou 3 bilhões de dólares, um aumento de
44,2% em relação a 2011. Os dados incluem vendas de títulos ficção e não-ficção
para adultos, jovens e crianças, mas não levam em conta obras de educação
universitária/profissional.
No Brasil esse mercado ainda é muito
tímido, mas, em um futuro próximo, espera-se que haverá mudanças
significativas. Acredita-se que ler um e-book será muito mais acessível para os
brasileiros e o que contribui para isso é a crescente ascensão das máquinas
(Readers, Tablet, Smartphones, etc) e a expansão da internet.
O Brasil chegou a 168 milhões de
smartphones em uso, um crescimento de 9% em relação a 2015, quando a base
instalada era de 152 milhões de celulares inteligentes. Os dados são da 27ª
Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas,
realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e divulgada em
13/04/2016.
De acordo com o estudo, a
expectativa é de que, nos próximos dois anos, o País tenha 236 milhões de aparelhos
desse tipo nas mãos dos consumidores, em um crescimento de 40% em relação ao
momento atual.
No entanto, segundo dados da
consultoria IDC, houve queda de 13,4% no número de smartphones vendidos no
Brasil em 2015. Ao todo, foram pouco mais de 47 milhões de aparelhos, contra
54,5 milhões de unidades em 2014.
Computadores.
Atualmente, de acordo com a
pesquisa, o Brasil tem também 160 milhões de computadores (entre notebooks,
tablets e desktops) em funcionamento, em um crescimento de 7% na base instalada
com relação ao levantamento de 2015. Até o final do ano serão 166 milhões de
computadores em uso – o número inclui 30 milhões de tablets.
Caso a previsão se confirme, no
final do ano o País teria quatro computadores para cada cinco habitantes. Sem a
contagem dos tablets, são dois dispositivos para cada três brasileiros. Os
dados mantêm o Brasil à frente da média mundial de 78 dispositivos para cada
cem habitantes. No mundo, são 60 computadores para cada cem habitantes,
enquanto nos Estados Unidos a proporção é consideravelmente mais alta: 144
aparelhos para cada cem pessoas.
Segundo dados da consultoria IDC,
houve queda nas vendas de tablets pela primeira vez no País em 2015: no ano
passado, as fabricantes venderam pouco mais de 5,8 milhões de unidades, recuo
de 38% na comparação com 2014. No entanto, a previsão da FGV-SP é otimista, com
comercialização de 15,2 milhões de unidades
Se essas informações ajudam a
entender como estão atualmente os mercados que impulsionam os negócios de
livros digitais, conhecer quem são e o que pensam os leitores de e-books
ajudará ainda mais. Vejamos:
O Leitor Brasileiro
O levantamento mais recente sobre o
comportamento do leitor brasileiro, promovido pelo Instituto Pró-Livro e
realizado pelo Ibope Inteligência, é a 4ª edição de “Retratos da Leitura no
Brasil”.
O estudo do Ibope considera “leitor”
aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos três meses
antecedentes à pesquisa e “não-leitor” aquele que não leu nenhum livro nesses
mesmos três meses, independentemente de
que tenha lido algum nos doze meses anteriores.
A pesquisa um aumento no número de
leitores no Brasil. Divulgada na quarta-feira (18/-5/16)), em São Paulo, estima-se
que 104,7 milhões de brasileiros (ou 56% da população acima dos 5 anos de
idade) leram pelo menos partes de um livro nos últimos três meses. Em 2011,
quando foi realizada a última edição da pesquisa, esse índice era de 50%. A
pesquisa revela ainda que houve aumento nos índices de leitura per capita. Se
em 2011, um brasileiro lia quatro livros por ano, em 2015, o índice chegou a
4,96. Os aumentos – tanto da população leitora quanto dos índices de leitura –
foram sentidos nas regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e Norte. No Nordeste, a
população leitora se manteve estável (51% de leitores) e os índices de leitura
per capita caíram de 4,3 livros por ano em 2011 para 3,93 em 2015.
O
Livro Digital
A pesquisa de 2011 detectou que 81
milhões de brasileiros tinham acesso à internet. Em 2015, esse número subiu
para 127 milhões. Sobre as atividades relacionadas à leitura que realizam na
internet, os itens mais indicados são: leitura de notícias e informações em
geral (52%); estudo e pesquisas para a realização de trabalhos escolares (35%)
e aprofundamento no conhecimento a respeito de temas de interesse pessoal
(32%). A leitura de livros fica em sexto lugar, com 15%.
Atualmente, a faixa etária dos
entrevistados que mais acessam a internet para leitura de livros é a de 18 a 24
anos. A maioria dos leitores de livros digitais é do gênero masculino (53%) e
está nas classes B (43%) e C (42%). Na distribuição geográfica, 48% dos
leitores digitais estão no Sudeste, 23% no Nordeste, 12% no Sul, 10% no
Centro-Oeste e 7% no Norte. O dispositivo mais usado na leitura de livros
digitais é o celular ou smartphone (56%), seguido por computadores (49%) e
tablets (18). Dispositivos dedicados à leitura, os e-readers, ficaram na
lanterninha, com 4% de participação.
A pesquisa perguntou ainda se as
pessoas já ouviram falar em livros digitais. Quarenta e um por cento dos
entrevistados responderam sim. Desse universo apenas 26% declararam já ter lido
um e-book. Dentre os que declararam já ter lido um e-book, 88% disseram que o
baixaram gratuitamente. Apenas 15% declararam ter pago pelo livro digital.
Influenciadores
de leitura e de compra
A pesquisa mostra que 33% dos
respondentes declararam que tiveram influência de alguém para começar a ler. A
figura materna – mãe ou responsável do gênero feminino – é a maior
influenciadora nesse quesito. Professores e professoras representam 7% e a
figura paterna, 4%.
Quando questionados “qual destes
fatores mais o influencia na hora de escolher um livro para comprar?”, 55% dos
respondentes disseram que o tema ou o assunto é determinante na escolha. Chama
a atenção a parcela da população que compra um livro a partir de recomendação
de sites especializados, blogs ou redes sociais. Apenas 3% dos respondentes
optaram por essa opção, colocando em xeque a figura de blogueiros como grandes
divulgadores de livros.
Fontes: Sebrae, Instituto
Pro-Livro, Publisnews
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